Você acredita em destino?

Ou prefere acreditar em sua própria capacidade de correr atrás de seus sonhos?

A idéia de destino soa muito bonita em histórias, livros e filmes. Mas na vida real, ela não me parece muito construtiva. Ao contrário, me parece mais um conceito metafísico ao qual as pessoas recorrem para justificar seu comodismo e o pior, seus fracassos.

Veja a opinião de Luiz Carlos Prates sobre destino:

Desde que Adão saiu pela primeira vez da caverna para respirar e pensar um pouco sobre a vida que o debate é o mesmo: o que há na fortuna humana – destino ou talento de produções?

Destino ou sem-vergonhice? Adão pensou, pensou e voltou à caverna sem resposta. Encontrou Eva que polia as unhas, mais inteligente, ela já havia descoberto que o destino é feito por nós. Será mesmo, dona Eva? Destino, sabemos todos, é uma formidável desculpa para as nossa indolências e irresponsabilidades. Um estúpido pisa no acelerador e “não vence” a curva, espatifa-se numa árvore. – Ah, foi o destino do coitado, dizem as tias chorosas no enterro…

Destino? Fica fácil jogar os fracassos nas costas largas desse pobre diabo chamado destino. O engraçado é que quando o sujeito chega às glórias de alguma ciência ou se torna uma figura respeitada em qualquer ofício, ninguém diz que foi o destino, diz que foi esforço pessoal. Destino é carimbo de fracassados, de desculpistas.

Sob certo sentido, o destino até existe, e poderia se chamar colheita. Não diz o ditado que “plantar é opcional, mas colher é obrigatório”? Desta forma, ao plantar, você estará destinado(a) a colher o que plantou. E para isso é preciso plantar alguma coisa, agir, tomar a iniciativa.

Destino, se existe, é isso.

Já o destino pela definição do senso comum, de um grande plano divino no qual nosso futuro já está traçado, certamente não passa de um mito, de uma desculpa para nossos fracassos.

O destino existe? Só aquele que você cria.

O poema Brhadaranyaka Upanishad retrata perfeitamente esse aspecto da vida:

O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo.
o que for o teu desejo, assim será tua vontade.
O que for a tua vontade, assim serão teus atos.
O que forem teus atos, assim será teu destino.