Vejam este interessante texto que encontrei “aqui” (a página foi removida) e traduzi:

Algumas pessoas parecem ter toda a sorte do mundo, enquanto outros parecem pular de desgraça em desgraça.

E você? Como vai a sua sorte?

Aqui está um exemplo de um momento de sorte que eu tive: Alguns anos atrás eu decidi escrever um livro sobre como melhorar nossos relacionamentos. Eu fiz um plano de cinco anos com todos os passos, falei a cada um que encontrava sobre meu plano (alguns muito céticos), e criei um website com artigos. Oito semanas depois eu recebi um email de um editor me convidando a enviar um capítulo de teste para um livro planejado sobre o mesmo tema. você pode imaginar meu grito de alegria.

Richard Wiseman, professor da Universidade de Hertfordshire tem feito um estudo sobre as pessoas de sorte. Porque alguns têm sorte e outros não? Podemos aprender a sermos “sortudos”? Estas foram as questões que nortearam sua pesquisa e são o foco de seu primeiro livro: “O Fator Sorte”.

Em sua pesquisa, Wiseman entrevistou milhares de pessoas e também conduziu um projeto chamado Escola da Sorte, onde estudantes podem aprender a serem sortudos. Os resultados deste trabalho revelam que pessoas não nascem com sorte. Ao invés, elas usam princípios básicos para criar sua boa sorte:

Focalize as oportunidades

Você pode maximizar suas oportunidades observando seus momentos de sorte. Testes de personalidade revelaram que os “azarados” são mais tensos e ansiosos que as pessoas de sorte. E pesquisas apontaram que a ansiedade prejudica a capacidade de a pessoa observar seus momentos de sorte inesperados.

Em seu segundo livro “Did You Spot the Gorilla”? (algo como Você percebeu o Gorila?), Wiseman conta um interessante experimento. Voluntários assistiram um filme de 30 segundos sobre uma partida de basquetebol. O espectadores foram oriantados a contar o número de passes feitos por um time. Depois eles foram perguntados se eles tinham visto algo inusitado. Surpreendentemente, somente alguns deles observaram que a meio tempo do filme, um homem vestido como um gorila caminhou pela quadra e deu com o peito num camera. Este exemplo mostra como é fácil perder as oportunidades pela nossa tendência a enxergar sempre o óbvio.

Ouça sua intuição

Nossos instintos são quase sempre certeiros. Talvez eles sejam uma forma de magia inata. Eu emigrei da Europa para a Nova Zelandia depois de um pressentimento. As pessoas me perguntam por que eu quis arrastar meu marido e filhos para o outro lado do mundo e deixar uma grande carreira como musicista profissional e professora universitária. Eu não podia responder prontamente, porque não foi uma decisão racional. Hoje, 25 anos depois, Eu reconheci que foi a melhor coisa que já fiz. Meu pressentimento ia contra todas as probabilidades.

Wiseman diz que as pessoas de sorte tomam decisões seguindo suas intuições. Ele sugere “dormir” em momentos de decisões porque nós algumas vezes trabalhamos os problemas em nossos sonhos.

Espere o MELHOR

De acordo com Wiseman, nós criamos nossas próprias auto-profecias através da expectativa positiva. (Isto casa com o que o bestseller O Segredo chama de Lei da Atração, que diz que você atrai o que você pensa). Uma jovem amiga recentemente vendeu sua casa porque seu marido foi promovido para um local distante. Ela imaginou como seria bom celebrar a venda da sua casa no seu aniversário de casamento. E isso foi exatamente o que aconteceu. Na manhã do aniversário de seu casamento, um corretor de imóveis chamou-os para mostrar-lhes o contrato. Eles assinaram e celebraram, justamente como ela tinha visualizado.

Varie a sua rotina

Se nós fazemos o mesmo a cada dia e encontramos sempre as mesmas pessoas, nada vai mudar muito. Wiseman sugere a mudança de nossas rotinas. Vá para o trabalho por um outro caminho, faça novas atividades. Uma bonita amiga minha que esteve solteira por um longo tempo colocou essa sugestão em prática. Ela começou a trabalhar com cerâmica em uma associação, e manteve a mente aberta para conhecer novas pessoas. Três meses mais tarde ela passou a gostar de um homem muito amável e hoje estão casados.

Transforme sua má sorte em boa sorte

Quando nós adotamos uma atitude resiliente, nós podemos tornar a má sorte em boa. Aqui está um grande exemplo dessa atitude: Jill Bolte Taylor, uma neuro-cientista que sofreu um derrame cerebral. No curso de algumas horas ela assistiu seu cérebro perdendo as funções uma a uma. Movimento, voz, memória, consciência. Ele conseguiu se recuperar em oito anos e tornou-se uma grande pesquisadora sobre a recuperação de derrames. “Eu estive apta a estudar a perda das funções cerebrais às avessas”, disse ela.

Ela é uma das pessoas de sorte que tendem a ver o que parece um desastre como uma grande oportunidade para aprender e crescer. Quando em má sorte, as pessoas tendem a justificar, a ter complacência e se desculpar.

Manter a calma face a um grande infortúnio não é uma idéia atual. Aqui está o que o filósofo romano Sêneca escreveu para sua mãe em seu severo exílio.

“Nunca acreditei em sorte, mesmo quando ela parece estar oferecendo paz. Todas aquelas bençãos que ela agradavelmente conferiu a mim – dinheiro, trabalho, influência – Eu releguei a um lugar de onde ela pode tirá-los de volta sem me perturbar.”

De um fantástico livro chamado The Consolations of Philosophy (As consolações da filosofia) de Alain Botton.

Eu gostaria de adicionar dois outros princípios de boa sorte que eu tenho encontrado em minha vida:

Vá de encontro com a sorte

Isto significa colocar seu esforço naquilo que você deseja conseguir. Minha experiência é que se você faz o que for, com confiança, muitas vezes a sorte vai dar aquele empurrãozinho necessário para você conduzir suas metas para o almejado sucesso.

Alinhe suas metas com suas aspirações

O que quero dizer é que nós seremos mais propícios à boa sorte se nós assegurarmos que nossas metas e objetivos estiverem alinhados com a nossa orientação de vida. Por exemplo, se sua vocação e gosto for para fazer as coisas com suavidade e amabilidade, então você não vai se dar bem em um empreendimento que pode explorar as pessoas. Dessa forma se você escolher um negócio onde todos saem ganhando, você estará alinhado com sua aspiração básica que é sua amabilidade e poderá acreditar no sucesso.

Texto de Mary Jaksch, traduzido e adaptado por Ronaud Pereira, em 7 de novembro de 2008.

Veja também

http://www.richardwiseman.com

http://www.richardwiseman.com/resources/The_Luck_Factor.pdf