Hoje pela manhã presenciei uma cena inocente e bela. Estavam duas meninas sentadas à beira da calçada esperando o ônibus escolar chegar para levá-las ao colégio.

Olhei pela janela de relance e vi as duas conversando alto, imersas em seu faz-de-conta. Nisso passava um carro e uma delas apontou o dedo em riste para o carro e berrou em tom professoral: “Motorista não pode dirigir o carro com o celulaaaaaar!!!”

O motorista, é claro, não ouviu a lição.

Mas a menina ouviu.

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Crianças são sementes num terreno fértil. O que os pais plantarem ali, nascerá.

Observar isso te coloca num redemoinho cujo fim é a circunstância na qual você se obriga a acreditar no futuro com desprendimento.

O futuro virá, não estaremos mais nele, porém outras pessoas como nós estarão.

Que postura adotamos diante dessas pessoas do futuro, que não conhecemos mas são iguais a nós?

De indiferença? Ou de uma humana simpatia, a qual nos moverá a plantar boas sementes hoje para que possam colher amanhã?

É coisa de se pensar…