Eu entrei numa máquina do tempo e voltei até os idos de 1999, durante minha fase mais piegas, e anotei umas coisinhas. Se você tem alergia a sentimentalismo, feche esta página, que ainda dá tempo de não se contaminar  😉  :

– Meninos se tornam homens quando amam profundamente pela primeira vez e então, também, pela primeira vez, levam um fora.

– O amor impossível é sofrido, mas nos eleva sobremaneira. Através do amor impossível começamos a perceber que há em volta um sistema sobre o qual não temos o menor controle, e que devemos respeitá-lo. E mais, é quando aprendemos que certas coisas não são para nós. E que não temos direito a certos caprichos.

– Quando você sofre por um amor impossível, você experimenta a dimensão do seu idealismo. Você se descobre romântico sem ser, pois um relacionamento intensamente desejado é inevitavelmente idealizado. Você começa a ter devaneios imaginando cenas e situações perfeitinhas. É a fase mais aguda da doença 😉

– Muitos já sofreram por amor, mas só quem (não) vive um amor impossível experimenta a dolorida sensação do desapego. Desprender-se daquela possibilidade de vida, daqueles sonhos, daquele ser tão especial que nos enleva só por sabermos de sua existência, se torna, muitas vezes, questão de sobrevivência.

– E mais de um homem já morreu por não ter forças suficientes para tal desprendimento. 🙁

Depois peguei a máquina do tempo novamente e fui até 2005, quando comecei a me curar dessa doença chamada romantismo ;-), e fiz duas anotações:

– Ajuda muito pensar, ou tentar convencer-se de que, de alguma maneira, não ficar com a pessoa que representa seu amor impossível pode ser um grande golpe de sorte. Pode ter sido a salvação da sua vida, e você nunca ficará sabendo. Sapos podem se tornar príncipes e… vice-versa.

– Quando vivi um amor impossível, era um pouco mais “cristão” do que hoje, e por vezes me convencia de que o ser amado tinha um anjo forte que a protegia de mim. Hoje cogito que o anjo forte era meu. E talvez o tempo ainda me convença disso.

[…]

Pronto, de volta à realidade 🙂