Eu entrei numa máquina do tempo e voltei até os idos de 1999, durante minha fase mais piegas, e anotei umas coisinhas. Se você tem alergia a sentimentalismo, feche esta página, que ainda dá tempo de não se contaminar 😉 :
– Meninos se tornam homens quando amam profundamente pela primeira vez e então, também, pela primeira vez, levam um fora.
– O amor impossível é sofrido, mas nos eleva sobremaneira. Através do amor impossível começamos a perceber que há em volta um sistema sobre o qual não temos o menor controle, e que devemos respeitá-lo. E mais, é quando aprendemos que certas coisas não são para nós. E que não temos direito a certos caprichos.
– Quando você sofre por um amor impossível, você experimenta a dimensão do seu idealismo. Você se descobre romântico sem ser, pois um relacionamento intensamente desejado é inevitavelmente idealizado. Você começa a ter devaneios imaginando cenas e situações perfeitinhas. É a fase mais aguda da doença 😉
– Muitos já sofreram por amor, mas só quem (não) vive um amor impossível experimenta a dolorida sensação do desapego. Desprender-se daquela possibilidade de vida, daqueles sonhos, daquele ser tão especial que nos enleva só por sabermos de sua existência, se torna, muitas vezes, questão de sobrevivência.
– E mais de um homem já morreu por não ter forças suficientes para tal desprendimento. 🙁
Depois peguei a máquina do tempo novamente e fui até 2005, quando comecei a me curar dessa doença chamada romantismo ;-), e fiz duas anotações:
– Ajuda muito pensar, ou tentar convencer-se de que, de alguma maneira, não ficar com a pessoa que representa seu amor impossível pode ser um grande golpe de sorte. Pode ter sido a salvação da sua vida, e você nunca ficará sabendo. Sapos podem se tornar príncipes e… vice-versa.
– Quando vivi um amor impossível, era um pouco mais “cristão” do que hoje, e por vezes me convencia de que o ser amado tinha um anjo forte que a protegia de mim. Hoje cogito que o anjo forte era meu. E talvez o tempo ainda me convença disso.
[…]
Pronto, de volta à realidade 🙂
Augusto
29 de setembro de 2010 as 19:57
Acredito que laços afetivos sao ótimos, mas não são necessários.
Carolina Scarpelini
30 de setembro de 2010 as 8:51
Muito bom ronaud.Passei pelo mesmo processo………esses amores impossíveis nos ensinam muito!!!
ronaud
30 de setembro de 2010 as 12:04
Augusto,
acho que você conseguiu dizer, com poucas palavras, o que faltava ser dito no texto. Jóia!!!
Carolina,
As dificuldades nos relacionamentos nos ensinam tanto, que desconfio que aqueles que conseguem “o que querem” no âmbito sentimental ficam com uma experiência de vida um tanto incompleta.
Carolina Scarpelini
30 de setembro de 2010 as 16:20
….pois até um rei, despeja lágrimas por não ter o seu grande amor..”
Vera Lucia
02 de outubro de 2010 as 11:13
Já passei pela experiência de querer viver um amor impossível a gente fica cega, mais sobrevivi, e me tornei muito melhor, passei a mar reamente aquele que me é possível.
“QUANDO SE AMA OS OLHOS ENXERGAM MAIS BELEZA”.
abraços. Vera Lucia.
Rosémille Alencar
10 de outubro de 2010 as 12:16
Nossa é incrível como quando o assunto é AMOR, não tem como passar despecebido:Acredito que a vida é assim mesmo, seres humanos se apaixonando e se desapaixonando várias vezes, tendo alguém em mente seja de que forma for.Afinal segundo Camões.:”O amor é um Não querer mais que um BEM querer…” Belíssimo texto Ronaud.
ronaud
10 de outubro de 2010 as 23:49
Obrigado, Rosémille. O amor tem um quê eternamente misterioso que prende nossa atenção.
michelly gabrielly
14 de abril de 2011 as 8:20
sera pq o amor doiiiiii tanto,quando tudo acaba…….
pq o AMOR e para sentir e nao para entender….
Odenilson Santos
27 de março de 2013 as 9:35
Me identifiquei muito com esse textos. Ja tive dois amores impossiveis e apredni com o tempo.