A autora Regina Navarro comentou em seu recomendado twitter:
Muitas relações amorosas acabam, mas acrescentaram muito à nossa vida. É preciso jogar fora a ideia de fracasso.
Devo dizer que concordo com o ponto-de-vista. Temos uma péssima noção de relacionamentos. Os vemos como algo que não pode dar errado. Como se algo nesse mundo pudesse adotar o status de algo que não pode dar errado. Num mundo onde tudo é sabidamente transitório, passageiro, impermanente, efêmero (alguém conhece outro sinônimo para este significado? é para que fique bem clara a natureza desse mundo)
Ficaram dez anos juntos e no final disseram… “é… não deu certo”. Uma conclusão assim é uma auto-flagelação psicológica, de uma imaturidade insana. É claro que deu certo, ao menos durante a maior parte desse tempo. Talvez o fim desse período tenha de fato sido mais difícil, porém essa dificuldade derradeira não invalida os vários anos de convivência pacífica e muito provavelmente frutífera.
Em vez de dizer “é… não deu certo” ficaria mais bonito e mais sábio dizer “é… não deu mais, mas foi bom e positivo enquanto durou”. As pessoas estão sempre evoluindo e progredindo e é absolutamente natural que aconteça de evoluírem em sentidos diferentes e mais natural ainda será cada um seguir seu próprio caminho. Deixar o ego dominar nessas horas tentando fazer com que tudo seja do jeito que se acha melhor é implorar para sofrer. A vida tem seus próprios caminhos.
Porque acredito que o apego atrasa nossa vida. Tem a hora de cuidar, e tem a hora de largar. A persistência é um valor importante, porém não podemos perder de vista que insistir em quaisquer projetos sem futuro nos fará perder um tempo precioso e dispender muita energia de vida.
Me soa mais sensato e ADULTO fazer uma boa avalição dos nossos feitos na vida. Seja generoso consigo mesmo e deixe a flagelação a cargo da vida, pois ela é muito boa nisso em algumas ocasiões 🙂 Tentamos, realizamos, recebemos, doamos e crescemos durante todo o processo. É preciso saber reconhecer as coisas boas. É uma forma – e até uma necessidade – de ser otimista.
Acho que aqui também vale aquela reflexão sobre quantidade x qualidade. Será que o critério mais adequado para a avaliação de um relacionamento é a quantidade de dias através dos quais ele sobreviveu, ou a qualidade desses dias vividos? Lobão perguntaria: 10 anos a mil, ou 1000 anos a dez?
Todo esse comentário é apenas uma opinião mesmo sobre um ponto-de-vista com o qual me identifico. Nunca passei por afastamentos drásticos assim embora a gente acabe sabendo, ou imaginando o quanto isso é difícil observando as experiências alheias. Ainda assim acho que conhecer pontos-de-vista construtivos sobre esses momentos acabam por nos ajudar a saber como agir nas horas críticas.
E é sempre bom ter alguma noção de como encarar os fatos e de como agir nas horas críticas, né?
miss
02 de outubro de 2011 as 23:17
..é verdade. Mas, é por isso a tal “lei do maior-esforço”. Tem que fazer força pra ser otimista, pra compreender, para entender, para analisar. Tudo o que é contrário a isso é o menor-esforço. Eu, particularmente, acho bonito e me elogio quando sou otimista e compreensiva. Mas, confesso, que na maioria das vezes, sou rude comigo mesmo e me auto-flagelo pelo insucesso das coisas e temo fins de relacionamentos — chega a me dar calafrios. Talvez eu seja apegada demais, e queira demais o outro. Um amigo, o namorado…
E, falando em apego, vou ficar horas pensando no seu texto.
Um beijo…
da miss…
ronaud
02 de outubro de 2011 as 23:41
Me vi em suas palavras (pra variar). SINTO como você. Acho que os sentimentos são feitos de alguma matéria invisível que nos une ao outro num nível inescrutável. Desfazer essa união é como se nos arrancassem um pedaço. Ainda assim prefiro acreditar que conhecer melhor a natureza dos relacionamentos nos ajuda a lidar melhor com ela. Nunca é fácil, é sempre dolorido, porém cedo ou tarde teremos que trilhar o caminho, que é um só, no qual estamos sozinhos, e melhores.
Obrigado pela visita, pelo carinho e pelas palavras, que sempre enriquecem esse cantinho 😉
Sonia regina
27 de setembro de 2012 as 19:19
Pois é, acabei de passar por isso e lendo seu post aqui, enxerguei minha história de outra maneira.
Coloquei seu link no meu site
Um abraço
Ronaud Pereira
27 de setembro de 2012 as 19:30
Obrigado! E boa sorte 😉
creso viana sales
12 de abril de 2013 as 14:00
Eu estou acabando um relacionamento que tenho com companheira, tenho duas lindas filhas gemeas com ela, estou lendo seu texto e esta dando força para minha autoestima.Infelismente estou deixando ela por calúnia da parte dela,mentiu na justiça que dei soco na boca do estomago dela,minha conciencia esta limpa, ela MENTIU.Vou escrever uma matéria sobre lei Maria da penha.nao sou bom no portugues mas vou pedir meu irmão pra corrigir, vou ficar sempre lendo o que vc escreve pra aprender um pouco mais.Obrigado meu amigo.
Ronaud Pereira
12 de abril de 2013 as 14:05
Boa sorte!!! Um abraço!
Rosemille Alencar
18 de junho de 2013 as 13:56
Ronaud, “GURU NO MEU PONTO DE VISTA” Bom… Acabei de terminar um relacionamento e só para ter ideia eu nem sequer tenho forças para buscar outros meios que me auxiliem a deixar de sentir o que sinto por ele. Me apavoro quando isso me vem a mente.Administro minhas ações externas mas as subjetivas são terríveis.Sei fico no aguardo do tempo acreditando que isso vá acontecer naturalmente e até lá fico sofrendo em silencio. =(
Ronaud Pereira
18 de junho de 2013 as 15:59
Olá Querida! Que triste 🙁 Só posso lhe desejar boa sorte nesse recomeço e citar a Zíbia Gasparetto com uma mensagem que já me ajudou muito nesses momentos: “Todos fazemos planos, mas a vida tem seus próprios caminhos. A sabedoria nos ensina que ela sempre faz o melhor. Aceitar isso é vencer a frustração”. Um forte abraço!!!