A paixão é sempre um tema polêmico e controverso. Ao mesmo tempo em que todos querem estar apaixonados, e querem viver a doçura de um amor correspondido, acabam por sofrer as consequências de um sentimento desde sempre confundido por outro muito mais puro e genuíno: o AMOR.
Paixão não é amor. Acredito que o único amor que existe é o amor fraterno. É aquele amor humano que, quando existente, pode ser expressado por qualquer um. Pai, mãe, irmãos, amigos e diante de certo desenvolvimento espiritual, até por gente com quem nos indispomos.
O que se chama de Amor Romântico nada mais é, no meu ponto de vista, do que outro nome para a paixão amorosa. Esta é egoísta e possessiva por natureza. No começo é rosa, no fim – e para a paixão o fim é provável – é cinza. Quem nunca esteve apaixonado por alguém, e no decorrer desta paixão, sentiu pela mesma pessoa aquele ódio incontrolável, normalmente quando ela não corresponde nossos anseios, ou nossas expectativas em relação ao comportamento mantido por ela?
A ausência diminui as pequenas paixões e aumenta as grandes, da mesma forma como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras. François de La Rochefoucauld – Político e escritor francês
Em amor, possuir é nada; desejar é tudo – Stendhal
Em minha humilde experiência amorosa, há um bom tempo atrás, quando apaixonado, não raras vezes eu me via em posição de competição com o ser amado. Era uma paixão digamos… “semi-correspondida”, mas em certas ocasiões, a pessoa vivia certas experiências interessantes sem mim (sem a minha ilustre presença) e isso me provocava muita raiva e mágoa. E quando raramente a situação se invertia, eu lhe contava minhas experiências, observando perversamente a reação enciumada dela. Como observou Wilde, uma pessoa bem educada jamais fere os sentimentos de outra… sem querer!
Mágoa é quando os outros não são como gostaríamos que fossem. Depois que aprendi essa pequena e fundamental lição, comecei a entender o que estava se passando. E em entendendo que a pessoa por quem eu alimentava essa paixão (ou obsessão), jamais viria a ser como eu esperava (queria) que fosse, pelas muitas diferenças entre nós, fui aos poucos largando a necessidade de tê-la comigo. E dentro deste entendimento, a agradecia mentalmente e desejava sua felicidade, onde quer que fosse.
E deu que cada um tomou seu rumo.
O entendimento liberta. O ego, idealista, sempre achou que minha vida não seria do jeito que tinha que ser sem aquela menina. Mas se você dar trela pro seu ego, vai se dar mal. Esqueça! o mundo, as pessoas e as coisas não têm de ser do jeito que você espera, nem do jeito que você acredita que é certo, porque o certo é relativo. Cada um é cada um. Mesmo que lhe prometam certo comportamento, os outros são humanos, limitados e podem falhar. A realidade é o que é, e, ou aceitamos, entendemos e libertamos os outros de nossas expectativas egoístas, ou viveremos sob uma luta eterna contra a realidade, que não poderá jamais ser mudada a nosso bel-prazer.
Acredito que a paixão é um mecanismo da natureza para promover a procriação da espécie humana, conseguindo esta procriação com pares que de outra forma, não suportariam um ao outro 🙂
É inegável que viver uma paixão correspondida é o paraíso na Terra. Nos sentimos mais vivos, mais animados, até mais saudáveis. Porém o importante é termos a consciência de que pode ser (provavelmente é) algo passageiro, e que um relacionamento verdadeiro deve ser embasado sobre sentimentos profundos como respeito, amizade, amor fraterno. E não sobre entusiasmos adolescentes e empolgações súbitas e passageiras.
É inevitável e natural. Você vai se apaixonar, vai querer se apossar do ser amado e controlá-lo. Sentirá ciúmes e criará expectativas. Se frustrará, se magoará e vai chorar. É da vida que seja assim. Mas se tiver consciência do que está acontecendo com você, certamente terá uma noção melhorada para se conduzir, não se submetendo a instintos, irracionais e inconscientes.
michelson
28 de setembro de 2009 as 23:15
olá amigo segue ai uma reflexão muito linda pra vc…]
abraço
Bete
07 de novembro de 2009 as 10:14
Amei sua colocação e é assim mesmo . Vivi recentemente um sentimento de paixão por uma pessoa que seria impossível de tê-la comigo e ela se revoltou , me apagou da sua vida , simplesmente por ter sido sincera . A sinceridade em minha vida sempre foi a maior marca e ela me faz , em muitas situações ( claro , com discernimento ) , ter a consicência do que vale a pena ou não e mesmo sentindo algo por alguém , consigo ter amor próprio e seguir adiante em minha caminhada , pois tudo passa .
Anizio
09 de janeiro de 2010 as 21:41
Não sei se a dor que sinto/
Se é amor ou paixão/
Ou fruto d’uma ilusão/
Só sei que em meu recinto/
A dor é forte não minto!/
Não tem hora pra parar/
Com ela vivo a sonhar/
Meu coração é uma brasa/
Isto que sintome arrasa/
Querendo com ela estar./
**********************
//Anizio
Lu
15 de janeiro de 2010 as 1:09
É tudo que estou passando agora em minha vida! Uma paixão por um primo casado, e eu tbm sou casada. Mas é tão bom me sentir amada, bonita, atraente. Coisas q os maridos esquecem de nos dizer, não? Mas tá tão maravilhoso viver essa paixão cor-de-rosa… Mas sei q um dia ficará cinza!
Andréa
26 de fevereiro de 2010 as 19:01
Comecei a ler hoje seus ‘escritos’ rs, e estou adorando sua inteligêcia somada a muito bom humor rsrs. Seu jeito de ‘falar’ é, ao mesmo tempo, sério e divertido! Parabéns.
aline
30 de julho de 2012 as 20:03
Ola é muito lindo o que vc quer mim mostra beijos
Edselma Martins
16 de março de 2013 as 2:04
Olá, estava no google à procura de algum artigo sobre visão de mundo e fiquei encantada pela clareza do assunto e comecei a ver os outros artigos, até que me deparei com esse “Paixão não é Amor”. Que sutileza… eu adorei. Ainda mais quando você fala que o entendimento liberta. Não vamos ficar “dando murro em ponta de faca”, não é verdade? Parabéns.
Ronaud Pereira
16 de março de 2013 as 11:37
Que bom, Edselma! Que bom mesmo!!! Palavras como as suas são sempre uma injeção de ânimo para continuar! Um forte abraço 😉
Bianca Leilane
22 de março de 2013 as 11:09
Olá, meu amigo!
Como sempre, vc escolhe temas interessantes e polêmicos….rs… e os trabalha muito bem!
Entretanto, não sei se concordo muito com suas ideias dessa vez….rs…
Acredito sim que o amor seja algo bem mais profundo que a paixão e que esta, por sua vez tende a ser passageira, mas, fico aqui pensando… essa paixão não acaba muitas vezes se transformando em amor, se aliando a ele e tornando-se algo mais profundo, mais intenso???
E essas paixões adolescentes que nos ferem e nos faz ferir, será que não retornam a nossas vidas ?
São apenas reflexões que aqui faço… Nossas vidas são dotadas de tanta mistura de sentimentos e sensações que as vezes fica difícil discernir o que é o que….rs…
Bjs!
Ronaud Pereira
22 de março de 2013 as 13:03
Olá! Acho que você encerrou bem a questão: sob uma visão mais atenciosa, fica difícil discernir o que é o que. Somos muito “8 ou 80” enquanto a natureza dos sentimentos é constituída de infinitas graduações. Um abraço!!!
raniela
09 de junho de 2013 as 15:10
manda para meu feice